VITÓRIA [ ABN NEWS ] — As frutas, verduras e legumes são indispensáveis na alimentação do dia a dia, pois possuem altos índices de vitaminas e propriedades necessárias para o bom desempenho das funções do organismo. Pensando nisso, as Centrais de Abastecimento do Espírito Santo (Ceasa/ES), dá dicas para compor um cardápio saudável, economizando na hora da compra ao substituir os produtos cujo o preço está em alta, pelos que apresentam valor mais em conta.
De acordo com dados do Setor de Estatística da Ceasa/ES, nos últimos dias algumas mercadorias vêm sofrendo oscilações nos preços, entre as quais estão a beterraba com acréscimo de 65,68%, a cenoura com 57,23% e o tomate com 48,28% em comparação a fevereiro. Já o preço médio da batata que estava cotado a R$ 1,83 o quilo no último mês, tem saído em torno de R$ 2,16 o quilo. E, o repolho passou de R$1,12 o quilo para R$ 1,34 o quilo. O grupo das frutas importadas registrou um aumento de 11,73% na primeira quinzena de março e o das folhosas 16,80%. Enquanto, a laranja pera, o caqui e a banana têm mantido o preço estável.
Por que o preço subiu?
O engenheiro agrônomo do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), Hermeval Guerini, explica o motivo de alguns produtos estarem apresentado variações no preço médio:
Tomate – “Dentre os motivos que tem ocasionado alterações no preço do tomate está o fato de alguns Estados, que são grandes produtores, terem reduzido o cultivo devido a dois fatores centrais: a seca e o encarecimento da mão de obra e, consequentemente, do custo. Assim, o Espírito Santo passou exportar mais, diminuindo a oferta interna e aumentando o valor comercial. Soma-se, ainda, o período da entressafra, que vai até maio”.
Beterraba – “A beterraba tem apresentado valor bem acima da média, visto que a área de produção desta raiz diminuiu bastante em função do alto custo. A tendência é que o preço permaneça alto até o fim de maio, quando tem início o pico da safra, com clima mais propenso ao cultivo”.
Produtos importados – “Quanto à batata com 90% de sua produção provenientes de fora do Estado e a cenoura com 80%, em especial de Minas Gerais, mas também a cebola, a maçã e as frutas importadas em geral, os fatores que influenciam o preço são externos e variantes de acordo com cada região produtora”.
Folhosas – “As folhosas são alimentos altamente sensíveis aos intempéries climáticos. A oferta e a qualidade ficam comprometidas tanto pelo calor excessivo quanto pela chuva forte, que prejudica ainda as estradas dificultando o transporte. No entanto, o aumento no preço do repolho bem como o da cebola e do ovo conta com outro fator que é a proximidade da Semana Santa, onde muitas pessoas costumam usá-los no preparo da torta capixaba”.
Banana – “A banana, por sua vez, foi muito prejudicada pela longa estiagem nas regiões de Alfredo Chaves, Iconha, Santa Leopoldina, Guarapari e Rio Novo do Sul, apesar disso está dentro da média esperada, assim como a laranja pera e o caqui, ambos com preço estável”, explica o engenheiro agrônomo.
Como economizar?
Diante da necessidade de manter uma alimentação equilibrada e variada, garantindo sempre um prato bem colorido e mantendo o hábito de ingerir frutas ao longo do dia, a nutricionista Gabriela Sampaio dá uma boa notícia: há uma diversidade de alimentos que podem ser substituídos por outros, levando-se em conta a sazonalidade de cada um, o que oferece maiores benefícios e traz a vantagem dos preços serem mais acessíveis. Outra dica é alternar os alimentos com cores semelhantes, os quais também terão nutrientes muito parecidos.
Os alaranjados: “como a cenoura, a abóbora, a manga e a tangerina, são ricos em vitamina A, C e a substância betacaroteno, ajudando na retenção híbrida e nos processos inflamatórios”, ensina Gabriela.
Os amarelos: “como o abacaxi, a ameixa, o caju, o mamão e o melão, contém em maior proporção vitamina C, A e antioxidantes (betacaroteno e luteína), importantes para a manutenção dos tecidos e cabelos. Além disso, beneficiam ainda a visão e melhorando a imunidade”.
Os avermelhados: “como o caqui, a goiaba, o tomate, a beterraba, a melancia, a maçã, a uva e o repolho roxo, são fontes de licopeno, vitamina C e flavonoides, substâncias importantes na prevenção de doenças crônicas como a diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares”.
Os verdes: “como o espinafre, brócolis, repolho, kiwi, alface, salsa, agrião, couve, chicória, abacate, abobrinha, quiabo, vagem, limão e pepino, apresentam altas concentrações de clorofila (energético celular), antioxidantes, vitamina C e E, ferro, cálcio e potássio, sendo estes dois últimos essenciais para quem pratica atividade física”, finaliza a nutricionista.
Qual a importância das frutas, verduras e folhosas?
Ainda de acordo com a nutricionista Gabriela Sampaio, as frutas, verduras e folhosas, tem como principais componentes as vitaminas, minerais e fibras, chamados de micronutrientes. “Cada vitamina executa uma função específica no organismo, auxiliando na prevenção de doenças, como faz a vitamina C que atua protegendo o corpo contra certos tipos de câncer. Por outro lado, a deficiência de alguma delas pode trazer malefícios à saúde, por exemplo, a ausência de vitamina D provoca uma retardação ao crescimento dos ossos. Entre os minerais destaca-se o ferro auxiliando no transporte de oxigênio na corrente sanguínea e o cálcio agindo na manutenção da estrutura óssea. Quanto as fibras, elas são importantes para o bom funcionamento do intestino”, pontua.